1  Introdução

Autores

Raphael de Freitas Saldanha

Mônica de A. F. M. Magalhães

A rápida disponibilidade de dados confiáveis é essencial para a tomada de decisão em saúde. Um componente-chave de um sistema de saúde são os seus sistemas de informaçãos, utilizados não somente pelo próprio sistema de saúde, mas também por outras instituições, integrando um sistema maior de estatísticas nacionais e internacionais (ABOUZAHR; BOERMA, 2005; WHO, 2008).

Sistemas de Informação em Saúde (SIS) podem ser entendidos como um esforço integrado para coletar, processar, reportar e usar informações e conhecimento de saúde para influenciar a tomada de decisão, ações programáticas e pesquisa (LIPPEVELD, 2001).

O emprego do termo “sistema” implica em um processo completo e organizado. Contudo, a formatação de diferentes SIS, tanto no Brasil como em diferentes países, tende a evoluir de forma fragmentada, diretamente ligadas aos contextos políticos, econômicos, técnicos e epidemiológicos existentes durante sua criação. O conhecimento deste contexto é imprescindível para a compreensão das nuances e características próprias de cada SIS (WHO, 2008). Ciente de sua história, limitações e potências, os SIS são elementos fundamentais para a tomada de decisão em um sistema de saúde.

No Brasil, os SIS pretender cobrir uma série de eventos de saúde que ocorrem durante o ciclo de vida do cidadão, tão como sobre o próprio sistema de saúde. Alguns exemplos de eventos de saúde são nascimentos, internações, imunizações e óbitos, entre outros.

A Figura 1.1 apresenta as siglas de alguns dos principais SIS existentes no Brasil.

Figura 1.1: Sistemas de informação e o ciclo de vida do cidadão

Antes de conhecer os Sistemas de Informação em Saúde brasileiros, é importante entender que um sistema de informação é um modelo, seja automatizado ou manual, de processos responsáveis por coletar e transmitir dados que sejam úteis ao desenvolvimento de produtos ou serviços de instituições. Assim, ressalta-se que um sistema de informação não é apenas um banco de dados e sim um conjunto de componentes que atuam de forma integrada, por meio de mecanismos de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária e oportuna. Neste sistema, todos os componentes integrantes são inter-relacionados, atuando em conjunto para atingir o objeto central do projeto.

Portanto, podemos dizer que os Sistemas de Informação em Saúde são mecanismo de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária para se planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde (WHO, 2000).

É fundamental entender a diferença conceitual entre dado e informação. O dado é o elemento mais simples de um sistema de informação – uma descrição limitada do real e desvinculada de um referencial explicativo. A informação é uma composição de dados com significados para quem os vê; requer um mínimo de análise para sua obtenção, através da avaliação humana. Acrescenta-se a isso o conceito de conhecimento, que pode ser definido como um conjunto de informações importantes da experiência humana. Ou seja, é a informação dotada de contexto, reflexão e síntese (ROUQUAYROL; SILVA, 2018; SIQUEIRA, 2005).

O objetivo deste livro é apresentar estes SIS com informações atualizadas sobre sua história, características dos dados e sua utilização, visando um melhor aproveitamento de seu potencial para a saúde pública brasileira.